Volte para os artigos

9 em cada 10 pais manifesta alguma preocupação relativamente ao regresso às aulas

O regresso às aulas está aí, e com ele as inquietações e expetativas dos portugueses relativamente ao início do ano escolar. Com 85% da população com pelo menos uma dose da vacina contra a COVID-19 administrada, e uma boa adesão dos jovens ao programa de vacinação, as perspetivas para o regresso às aulas são de otimismo. 80% dos portugueses considera que este ano letivo será melhor que o anterior, segundo um estudo realizado pela Celside Insurance, líder europeu em seguros para telemóveis e dispositivos multimédia, em parceria com a Boutique Research, especialista em estudos de mercado e de opinião.

Apesar do otimismo, as conclusões do estudo realizado em finais de agosto junto de 500 mães e pais com filhos entre os 7 e os 17 anos residentes em Portugal, apontam para alguma inquietação relativamente ao regresso às aulas no contexto da nova normalidade. Desta forma, 9 em cada 10 pais manifesta alguma preocupação em relação ao regresso à escola. O receio de que voltemos a um novo confinamento lidera as preocupações (43%), seguido do receio de que os filhos possam trazer o vírus para casa (16%), mas também o receio de que os filhos não possa acompanhar as aulas se tiverem que ficar em isolamento (15%) e a apreensão relativamente ao convívio de alunos sem máscara (13%).

A grande maioria dos pais (94%) considera que no ano letivo 2021/22, que agora começa, as aulas serão presenciais (em todo ou em parte), e apenas 1% acredita que serão todas à distância.

Ensino à distância, o impacte

A experiência do ensino à distância, imposta pelo contexto de pandemia nos últimos 2 anos, deixa os pais portugueses divididos. De acordo com o estudo, 50% dos pais considerou a experiência de ensino não presencial difícil ou muito difícil, e 44% afirmam que o ensino à distância foi fácil ou muito fácil para os seus filhos. Quando analisamos este dado por idades dos filhos, verificamos que quanto mais pequenas são as crianças, mais se revela difícil a aprendizagem à distância.

Apesar desta resposta não ser consensual, há um ponto em que a maioria dos portugueses está de acordo: o ensino à distância terá consequências. Assim, para ¾ dos portugueses (77%) o ensino à distância terá algum um impacto na educação/futuro dos seus filhos. Apenas 4% dos inquiridos responde que não irá afectar nada.

Educação e uso de tecnologia 

De acordo com o estudo, cerca de metade dos pais (47%) tiveram que comprar pelo menos um dispositivo multimédia durante a pandemia, para permitir que os seus filhos acompanhassem o ensino à distância, no âmbito da pandemia. 

Em média, os pais adquiriram 1,3 dispositivos, sendo que a maioria (68%) adquiriu um laptop, seguido do tablet (26%)  e telemóvel (15%). A pandemia implicou um investimento em tecnologia por parte das famílias: 38% gastou mais de 500€ na compra destes dispositivos, e só 8% gastou menos de 100 euros em equipamento tecnológico para o ensino à distância.

Segundo o estudo, em Portugal 95% das crianças com 10 ou mais anos já têm o seu próprio telemóvel. Abaixo desta idade o número desce para 34%. Na verdade, o estudo permite concluir que 50% das crianças recebem telemóvel na passagem para o 2º ciclo e quase 1⁄4 no 1º ciclo.

Um pouco mais de metade dos pais (57%) opta por oferecer ao seu filho um telemóvel novo, principalmente entre as crianças mais velhas (de mais de 13 anos). Entre os pais que optam por atrasar a idade em que dão ao seu filho o primeiro telemóvel, nota-se uma maior apetência pelos aparelhos recondicionados (21% versus apenas 10% no caso dos pais que já deram telemóveis aos filhos).

Liberdade e limites

De acordo com os dados do estudo, cerca de 4 em cada 10 pais (41%) reconhece já ter sentido pressão social para dar o primeiro telemóvel aos filhos. No entanto, apenas 1 em cada 10 afirma que essa pressão pesou na sua decisão de dar o primeiro telemóvel. 

Com 95% das crianças portuguesas a partir dos 10 anos com o seu próprio telemóvel, quais são as preocupações dos pais relativamente ao uso destes dispositivos? 98% dos pais manifestam alguma preocupação, independentemente da idade dos filhos.  A utilização excessiva aparece no topo das preocupações (73%), seguida de muito perto pela exposição aos perigos da Internet (cyberbullying, vírus, pornografia) com 71% de respostas afirmativas, ou a possibilidade de se criar uma dependência (para 58%) dos inquiridos. 

Perante este cenário, revela o estudo da Celside Insurance, a grande maioria dos pais (80%, ou 4 em cada 5) impõe algum limite à utilização do telemóvel do seu filho, sendo que quanto mais novos os filhos, mais limites (93% na faixa etária dos 7 aos 9 anos, 73% entre os 13 e os 17). Ferramentas como o “controlo parental” são mais utilizadas quando os filhos são mais novos (64% nas crianças dos 7 aos 9, e apenas 22% nos jovens dos 13 aos 17) mas mantém-se em todos os grupos etários. Os limites de utilização à noite (36% de respostas), a proibição de fazer compras (34% de respostas) e o estabelecimento de horas e lugares para usar o telemóvel (26%) são outras formas de controlar o uso da tecnologia pelos mais novos. Segundo o estudo, apenas 3% dos inquiridos impede os filhos de terem acesso à Internet. 

Foto Kelly Sikkema para Unsplash

210 60 83 29

De segunda a sexta-feira das 9h às 19h